Foi com indignação e revolta que a
técnica em informática Kátia Nogueira, 41 anos, recebeu ontem a fatura
da TV a cabo Net, com seu nome trocado por "vadia", tanto nos dados do
envelope, quanto no documento que discrimina o serviço e seus valores. O
caso foi registrado em boletim de ocorrência feito no Plantão Sul por
"Injúria" (fazer afirmação falsa ou enganosa) e "Proteção ao
Consumidor". A vítima suspeita que a alteração no sistema tenha sido
feito por uma atendente que a teria maltratado dias atrás pelo telefone.
A Net se pronunciou por meio de nota, informando que a empresa está
tomadas providências sobre o caso.
Kátia contou que ligou dia 16 na operadora para parcelar a mensalidade
de junho e julho que estavam atrasadas, acertando que pagaria parte da
dívida imediatamente via bankline, e o restante no próximo mês, e que
diante disso seu sinal não seria interrompido. Mas para sua surpresa,
mesmo com o pagamento efetuado, na manhã seguinte tanto a internet como a
TV estavam desligadas. Ela ligou novamente e foi informada que a
informação passada um dia antes estava errada e que nada poderia ser
feito para regularizar seu sinal, e insatisfeita Kátia então solicitou o
cancelamento da assinatura, quando a atendente a deixou esperando 25
minutos, antes de desligar.
A cliente ligou de novo e dessa vez foi muito bem atendida por outra funcionária, que a convenceu a permanecer com o serviço. Mas ontem pela manhã, para seu espanto, chegou a segunda via da fatura mesmo já paga e com a ofensa no lugar do seu nome. "Vadia é um termo pejorativo, e para nós mulheres tem um peso muito grande".
A cliente ligou de novo e dessa vez foi muito bem atendida por outra funcionária, que a convenceu a permanecer com o serviço. Mas ontem pela manhã, para seu espanto, chegou a segunda via da fatura mesmo já paga e com a ofensa no lugar do seu nome. "Vadia é um termo pejorativo, e para nós mulheres tem um peso muito grande".
Ela disse que chegou a pensar em ignorar o ocorrido, mas que depois resolveu ir à polícia, mesmo correndo o risco de se tornar alvo de piadas. Segundo Kátia, sua primeira reação, ao ver a correspondência foi ler "Nadia", "Vania" e chegou até a pensar que a fatura teria chegado em endereço errado, e só depois percebeu a maldade praticada.
Ainda na delegacia, enquanto era atendida pela delegada Darly Maria
Miola Kluppel, Kátia Nogueira foi procurada pela ouvidoria da empresa
por telefone, mas que apenas se pronunciou no sentido de dizer que não
seria possível a atendente alterar o cadastro. Porém, a cliente
considera que se não se trata de um erro de digitação, pois o termo
ofensivo está em todos os campos e que as letras da palavrão não estão
tão próximas no teclado.
Em nota enviada na tarde de hoje, a assessoria de imprensa da Net
respondeu que a empresa não tolera esse tipo de ocorrência e que já
foram solicitadas medidas cabíveis em relação ao funcionário envolvido. A
empresa ainda afirma que o cadastro da cliente já foi corrigido.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul