| Por Fabiano Correa
Atualmente ainda existe uma espécie de rivalidade na música, mas não remete somente a questão musical, mas também envolve ideologias, política, classe social, estética, etc. Entre outras acontecem brigas de punks com skinheads ou metaleiros, gospel e católico, funk e rap, sertanejo e pagode, e outros.
Não existem barreiras entre os estilos musicais, são apenas diferentes identidades Ilustração por James Stewart/Reprodução |
Alguns especialistas dizem que as brigas entre grupos de qualquer gosto musical é consequência direta dos tempos complicados em que vivemos, mas há também o caráter ‘infantil’ de tais brigas. Como foi o caso da auxiliar de serviços gerais Jessica Oliveira da Silva, 23, que pelo fato de gostar de pagode ouvia comentários dizendo que era som de negro. “Na infância e adolescência os meus colegas diziam que pagode era coisa de negro, mas eu não ligava sobre o que eles diziam e normalmente eram aqueles que gostavam de música eletrônica”.
Para a Socióloga e professora do Ceunsp, Ana Maria Azevedo, a questão dos estilos e gostos não é diferente de outras questões de identidade, e o respeito é essencial para um bom convívio: “As diferenças e diversidades é algo rico, é muito bom, o problema é a questão da tolerância e isso é visto com preocupação na nossa sociedade, o que parece haver é a falta total de discernimento, por exemplo, a pessoa que coloca o som muito alto e sai com o carro. Ele está invadindo o espaço do outro e isso não importa o estilo musical, outras pessoas não pediram para ouvir e não são obrigadas a escutar sendo que o espaço é de todos, é questão de cidadania”.
Série Faces do preconceito
Este texto é uma colaboração da 19ª edição da Revista Foca.
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