Pesquisadores neozelandeses constataram que publicações novas, sobretudo de fofoca, desaparecem da sala de espera
Cansado das reclamações de pacientes sobre a falta de revistas novas na sua sala de espera, o médico Bruce Arroll, professor da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, decidiu fazer uma pesquisa para entender por que isso acontecia. Ele descobriu que publicações novas, sobretudo de fofoca, desapareciam do consultório. Suas conclusões foram publicadas na semana passada, na edição de Natal do periódico BMJ.
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Os pesquisadores dividiram 87 revistas em três pilhas e colocaram na sala de espera de um clínico geral em Auckland. Os títulos incluíam revistas "sérias" (Time, Economist, Australian Women’s Weekly, National Geographic e BBC History) e de fofoca, definidas como aquelas que têm cinco ou mais fotos de celebridades na capa.
Das 82 revistas com data na capa, 47 tinham menos de dois meses e as outras, de três a doze meses. O objetivo dos autores era descobrir quais publicações desapareceriam primeiro: as novas ou as velhas, as de fofoca ou as "sérias".
Sumiço
Depois de 31 dias, 41 revistas, ou 47% do total, sumiram, sobretudo as novas (59%, ante 27% das velhas). Os títulos de fofoca tiveram catorze vezes mais probabilidade de evaporar do que os "sérios". De 19 revistas que não eram de fofoca (quatro exemplares da Time e 15 da Economist), nenhuma havia desaparecido. Das 27 de fofoca, sobrou apenas uma. Os títulos perdidos eram significativamente mais baratos que os que permaneceram na sala.
Para os autores, o estudo é, provavelmente, o primeiro a explicar o sumiço das revistas na sala de espera dos médicos e a quantificar as perdas. Mais pesquisas são necessárias para investigar quem pode ser responsável por surrupiar as publicações, dizem os pesquisadores.
A edição de Natal do BMJ é conhecida por selecionar estudos com temas engraçados, mas que passaram pelos critérios usuais de revisão de pares e são “reais”, na definição da publicação.
.via Veja