Criador revela os segredos da ranicultura

| 19 de set. de 2015
| Por Joana Maria

Foto: Ranário Ranareis

André Reis, de Juquitiba (SP), trabalha há quatro anos com criação de rã. Ele conta que decidiu por esse ramo ao perceber que o comércio de carnes exóticas estava evoluindo no país. Começou criando rã-touro, que segundo ele não faz parte da fauna nacional, e por isso não precisa de autorização do Ibama. A maior dificuldade no início de uma produção é o manuseio dos girinos: “qualquer erro pode comprometer a produção do ano todo, por isso muitos ranicultores desistem”, relatou o criador.

A maior dificuldade no início de uma produção é o manuseio dos girinos, afirma ranicultor.
(Foto: Ranário Ranareis)
André mostra rã no inicio da desova em 2014 (Foto: Ranário Ranareis)
Ainda segundo André a Ranicultura se enquadra nas normas da Piscicultura, assim os ranicultores devem seguir a mesma legislação da criação de peixes. Deve ficar claro que criar rãs e abater rãs são coisas distintas. O abate é controlado pela Vigilância Sanitária do município, estado ou da federação. Para a criação cada município e ou estado conta com sua própria legislação, vai depender muito do tamanho da produção. O essencial é pensar desde o início numa miniestação para tratar a água utilizada, e assim devolver água limpa ao meio ambiente.

Estufa do ranário (Foto: Ranário ranareis)

Reis conseguiu suas primeiras matrizes com um produtor do qual era amigo. Conta também que o negócio é arriscado, mas também rentável. Sua produção é 100 quilos por mês, o qual vende para abatedouros do Rio de Janeiro e de São Paulo. “A rã é uma carne muito saudável. Com um potencial comercial muito grande, por conta de a sociedade estar buscando cada vez mais uma alimentação mais saudável, por isso o consumo vem crescendo a cada ano”, comentou.

Para quem se interessou pelo negócio

Há quatro anos no ramo, André dá algumas dicas para quem quer começar sua produção. Segundo ele é recomendável começar com uma produção pequena, sem muito custo. É necessário aprender com o animal, pois não existe muita biografia sobre a cultura. O ideal é visitar ranários, pesquisar e colher informações com quem tem experiência no assunto. A alimentação das rãs é basicamente ração de peixe com valor de proteínas em torno de 40% e água mineral, no caso de André do próprio sítio. O valor inicial é relativo, “já vi investimentos de dez mil a um milhão de reais, depende do que você pretende com o ranário”, esclareceu. O prazo para que se tenha retorno é algo entre dois ou três anos.

Este é um dos dos textos da
Série Carnes exóticas
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