TOC: Mulher obcecada por higiene lavava suas mãos mais de 300 vezes por dia

| 17 de jan. de 2013
 
 Julia Abdullah, 40, da Malásia, sofre de um terrível problema: TOC em rituais de limpeza.
 
O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um grave problema psicológico que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Julia começou seu comportamento atípico há 20 anos, mas as coisas começaram a piorar até chegar ao ponto de lavar suas mãos mais de 300 vezes por dia.

Sua rotina incluía tomar um banho com duração de 5 horas e lavar os cabelos mais de 25 vezes por dia. Ela notou que algo estava errado quando ainda trabalhava como técnica de laboratório e precisava manipular urina e fezes, bem como amostras de sangue para testes de HIV.

Julia comenta que começou a lavar as mãos mais do que era habitual com medo de uma possível contaminação. Embora ela soubesse que tinha desenvolvido TOC, por vergonha ou medo, não procurou ajuda psiquiátrica.

“Eu pensei que eu poderia controlar a questão da limpeza das mãos”, lembra Julia, mas sua condição foi piorando dia após dia.

Quando a situação se agravou, ela perdeu seu emprego. A demissão ocorreu porque seu trabalho estava sempre atrasado, pelo excessivo ritual de higienização.
 
TOC por Limpesa
Desesperada e sem perspectivas de sustentar sua casa, Julia começou a vasculhar o lixo da vizinhança em busca de objetos ou produtos que pudesse revender e ganhar algum dinheiro. Neste ponto o problema só piorou. Após muita preocupação sobre como se sustentaria, Julia desenvolveu outro problema: o acúmulo de lixo em sua casa.

Ela abarrotou de objetos o pequeno apartamento de dois quartos que vivia com sua mãe. A situação ficou tão insustentável que a mãe era obrigada a dormir nas escadarias do prédio pela total falta de ventilação e espaço dentro do ambiente doméstico. Ela tinha se tornado uma acumuladora.

Julia comenta que começou a ficar extremamente irritada com a situação e tomou uma decisão drástica: ficar 3 meses sem tomar banho. Apesar de ter conseguido, seu TOC em lavar as mãos não foi completamente curado.

“Eu liguei para a Associação de Cingapura para Saúde Mental em 2009. Eu estava quase ao ponto de cometer suicídio”, relatou.

Ela comenta ainda que sua condição começou a melhorar após um intenso tratamento, mas piorou novamente mais tarde, após perder várias consultas com psicólogos e psquiatras.
 
Ela voltou a usar dois frascos de shampoo e 21 barras de sabão por dia. Segundo ela, sentia-se completamente sem energia e sem força para mais nada. Felizmente, após um longo período sem tratamento, o instituto a acolheu e forneceu nova chance, passando por um acompanhamento intensivo de 22 dias consecutivos.

Hoje, Julia Abdullah está bem e conseguiu recuperar o controle sobre sua vida e resolveu expor seu drama após participar de uma exposição de fotografias chamada Picture My World, organizado pela IHM para aumentar a conscientização sobre a doença mental, como parte de uma campanha do Dia Mundial de Saúde Mental.
 
Fonte: Jornal Ciência
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