Criados em homenagem a países que disputarão o Mundial, cachorros-quentes despertam a curiosidade até de estrangeiros. Recheios têm de hot roll a chucrute.

Bandeiras, camisas, faixas... Tudo verde e amarelo. Comerciantes costumam procurar diversas formas de decorar seus ambientes de trabalho durante a Copa do Mundo, buscando referências na seleção brasileira. O empresário Wesley Machado fez diferente: dono de um quiosque de cachorros-quentes no shopping anexo à estação Corinthians-Itaquera do metrô, ele se inspirou nas culinárias típicas de sete países que disputarão o Mundial no Brasil para criar sanduíches comemorativos. Pão de três cores, com feijoada, chucrute, hot roll... A variedade é grande.

A cada dia da semana, a lanchonete prepara uma especialidade diferente, homenageando Brasil, Alemanha, Japão, México, Argentina, Estados Unidos e Itália. O único servido duas vezes é o “WDog Brasil”, que pode ser encontrado às quartas-feiras e aos sábados – dias em que a feijoada, base do sanduíche, é tradicionalmente vendida nos restaurantes em São Paulo. A ideia, segundo Wesley, foi chamar a atenção dos estrangeiros para algo, de fato, brasileiro.

– Eu estou localizado em frente ao estádio, e o momento mais oportuno para um hot dog diferenciado é agora. Pensei em fazer um lanche brasileiro. Todo mundo fala no tradicional, com vinagrete, purê, milho, batata palha e catchup, mas pensei: “Tem de ser algo que chame mais a atenção e traga destaque para o negócio”. O que eu poderia colocar no brasileiro? O prato típico é a feijoada. Pronto. Vamos colocar feijoada dentro de um pão. É o campeão de vendas. Todo mundo quer o dog de feijoada. É incrível – diz Wesley, orgulhoso.

O que mais atrai a atenção dos clientes, além dos recheios inusitados, são os pães. Cada país tem o seu próprio pão, artificialmente colorido de acordo com a respectiva bandeira. O da Alemanha, por exemplo, é preto, vermelho e amarelo. Inicialmente, os padeiros responsáveis por abastecer a lanchonete não levaram fé na ideia de Wesley. Depois, porém, ele próprio provou que não só era possível ser levado adiante, como também era viável para ambas as partes.

– O grande diferencial é que inovei na questão do pão. Criei a ideia de que os pães seguiriam as bandeiras dos países. Assim, montamos sete hot dogs de países diferentes. Não é um processo difícil, mas é trabalhoso. É um corante comestível. É difícil montar um pão com duas, três, quatro cores. Uma operação complexa – explica o dono do quiosque.

Durante a Copa do Mundo, a escala montada por Wesley não valerá mais, e todos os sanduíches passarão a ser servidos em todos os dias. Com o fluxo de estrangeiros por conta dos seis jogos que serão realizados na Arena Corinthians, o empresário acredita que os turistas buscarão alimentos típicos do Brasil. Assim, o cachorro-quente de feijoada – que conta com linguiça, farofa de banana, bacon, couve e molho – deve ser o grande carro-chefe do cardápio.

– Na Copa das Confederações alguns estrangeiros vieram conhecer o estádio e comer aqui. Eu tenho chili, curry, molhos que são conhecidos internacionalmente, mas eles queriam comer o tradicional. Queriam saber como é o hot dog brasileiro. Imagino que os turistas vão querer o de feijoada.

Além do cachorro-quente dedicado ao Brasil, outro sanduíche que chama a atenção é o do Japão, cujo recheio é composto por hot roll (sushi empanado), sukiyaki (cozido de carnes e vegetais), molho tarê (doce) e gergelim. Algo inédito, na opinião do empresário, mas que surpreende pelo sabor.

– O japonês é um hot dog muito interessante. Ninguém nunca pensou em um hot roll no pão. É maravilhoso – afirma Wesley.

Depois da Copa do Mundo, o quiosque lançará outras novidades, sobre as quais Wesley ainda faz mistério. Ele só adianta que o futebol continuará tendo espaço no cardápio.

Fonte: Globo Esporte